Desde pequena se acha habitante do mundo dos adultos, que acha que entende coisas que confundem mentes inteligentes, essa sou eu. Acha que pertence a um lugar mas ao mesmo tempo tem certeza de que não. Já sofri desilusões no amor, mas foram todas culpa minha, por mais uma vez achar que eu era madura o suficiente para entender o que machuca tantas pessoas. Não entendo e não mereço o amor por enquanto, mais não é por isso que deixo de amar, eu amo, mas não sei lidar com ele. Não sei expor o que eu sinto para quem deve ouvir. Ouvir? Sou uma boa ouvinte, escuto seus problemas e não te julgo pelas suas escolhas e decisões,talvez seja porque eu não entendo as minhas próprias. Posso dar vários conselhos, conselhos que iram te ajudar, conselhos que não são meus. Conselhos que vieram do mundo no qual eu me tranco: os livros, a escrita. Quando não quero nada que me possa magoar por perto eu releio meus livros favoritos, porque sei como vai acabar ou escrevo uma de minhas historias, porque eu posso decidir como ela vai acabar. Imagino muito, imagino momentos que não vão acontecer mais mesmo assim acredito neles. Re-imagino coisas que já aconteceram de um jeito novo, do jeito que eu queria que fosse. Coragem? não é uma palavra na qual eu me qualifico. Muitos dos meus problemas, magoas, tristezas aconteceram por falta de coragem, por falta de palavras e frases ditas, porque na mente elas habitam. Confiança? outra palavra que não me qualifico, não confio em minhas decisões, confio em meus pensamentos. Penso muito antes de agir e acabo não agindo no final. Porque? Por falta de coragem obvio. Sou igual a muitas pessoas, não nego. Não quero ser diferente, não quero mostrar ao mundo que não sou igual aos outros. Eu não sei nem se quero me mostrar ao mundo... Prefiro ficar no silencio e no aconchego do meu quarto, onde nao serei julgada e criticada por causa de escolhas. E talvez por causa disso, desse pensamento, eu seja diferente.
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